domingo, 18 de março de 2012

Relacionamentos!


Recentemente foi publicado um livro, cujo o título é Ágape, cujo autor é um Padre Brasileiro, Marcelo Rossi.
A minha opinião, sobre este livro, não é meu objectivo referi-la. Deixo,pois, aos interessados e curiosos, a possibilidade de o lerem, se entenderem e desta forma formular a sua própria opinião.
Contudo, dado que o título do livro designa-se por Ágape, vou de uma forma muito sucinta resumir o significado desta palavra.
Ágape, palavra de origem grega,  ao longo da nossa História foi utlizada em poucos manuscritos, tomou vários significados, desde da Grécia antiga até ao Cristianismo.  Foi usada de maneira diferente para uma variadade de fontes contemporâneas e antigas, incluindo autores da Bíblia. Muitos pensaram que representava o amor divino, incondicional, com auto- sacríficio ativo, pela vontade e pelo pensamento. Os filósofos gregos no tempo de Platão e outros autores antigos usaram o termo para definir o amor ao esposo ou a uma família, ou afeição particular. Também foi explanada por muitos autores cristãos, designadamente, Thomas Jay Oord que a definiu, passo a citar, " uma resposta intencional para promover o bem estar em resposta a quem gerou mal estar". 
Como referi anteriormente, não é meu propósito falar sobre o conteúdo do livro. No entanto, ao ler o seu prefácio, escrito por Gabriel Chalita, escritor e doutor em Filosofia do Direito e em Comunicação e Semiótica, considero bastante oportuno nos tempos que decorrem e na sociedade em que vivemos o que este doutor de Filosofia escreveu, passo a citar um pequeno trecho que gostaria de partilhar.
" Estamos acostumados a viver em um mundo em que as pessoas agem na expectativa de reciprocidade. A ação traz reação. Infelizmente, não se encontra sabor nas relações desinteressadas. A suposta amizade vive de espectativas.
O que o outro pode me proporcionar?
Que ganho haverei de ter ao ir a tal envento?
Quem é fulano?
O que faz ele?
É filho de quem?
Tempos em que os adornos valem mais do que essencial. Tristes tempos. As amizades interesseiras têm prazo de validade. As relações são inconsistentes. É comum, em um círculo de amigos, cada qual falar de si mesmo como um hobby. Uma geração narcisista. O pronome mais utilizado é a primeira pessoa « eu». Tristes tempos, repito.
Tempos de escassez de atitudes de misericórdia - descartar uma pessoa é mais fácil do que se desfazer de um objecto de estimação. Falta de estima pelo ser humano. "
Na verdade, na sociedade em que todos nós vivemos, é por mais evidente este tipo de atitudes. Fazem-se amizades tendo em conta um conjunto de critérios. Também é igualmente verdade que se trocam de amigos e a importância que dávamos muda com a maior das facilidades, isto é, as prioridades de cada um baseam-se num conjunto de questões anteriormente mencionadas, às quais poderiamos juntar mais. Depois, como não pensamos nos outros porque apenas estamos centrados no nosso "EU", a primeira desculpa para descartar alguém é a falta de tempo, tenho muito trabalho segue-se não tenho que dar satisfações da minha vida,  etc. Como se pode tratar algo de natureza espiritual, amizade entre duas pessoas desta forma?
De fato, manter um relacionamento hoje, é  uma tarefa titânica nesta cultura narcisista.
Mas afinal, onde fica à Ágape?

4 comentários:

  1. Pois é, e tens razão , o mais incrível de tudo ainda é o facto dessas pessoas falarem a boca cheia acerca de valores, de princípios , apregoam-nos mas depois violam todas as regras de conduta...isto é cinismo puro...

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  2. O pior ainda, Pedras é a seguinte situação.
    Primeiro, vêm com falsos moralismos, depois verificamos desculpas atrás desculpas descabidas e de uma forma diplomática para sairem bem da fotografia,julgam esssa pessoas.
    Entretanto verificamos, que as ,mesmas desculpas não se aplicam aos "novos amigos".
    Em seguida, observamos a seguinte situação.
    O amigo "x", acaba de dar uma desculpa ao seu amigo "Y". Estas desculpas de falta de tempo, etc. Depois fica-se a saber que o amigo "x" que é amigo de "Y", depois de desculpar-se arranja tempo para sair com os colegas de trabalho do seu amigo, ou seja, da pessoa "Y".
    Situação estranha, caricata, de crianças. Afinal, porque não saem e não convivem todos?

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  3. A ideia não é a boa convivência...a ideia é criar um círculo que seja só seu...sua propriedade...é necessário alimentar certas vaidades...certas megalomanias...honestamente estou-me a borrifar para essas situações comezinhas...corto pela raíz...e ponto final!

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  4. De fato a ideia não é promover a boa convivência entre todos. Mas sim fomentar a desunião e a intriga por parte de alguns, para além de certas vaidades.
    Tudo isto é muito infantil, coisa de crianças.
    As crianças é que costumam ter estas atitudes, os segredinhos com algumas amiguinhas, a necessidade de marcar posição em relação às coleguinhas.
    Que pobreza de espirito!
    Como é que alguém é amigo de outro e nas costas às escondidas anda a sair com colegas de trabalho do amigo?

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