Viver no Espírito

 

Por vezes, precisamos de tempo para entender, uma impossibilidade. 

Para digerir, situações provocadas por terceiros, de forma gratuita, tornando a vida do outro, mais difícil. Precisamos de tempo.

Ninguém é obrigado a gostar de ninguém mas existe uma coisa que se chama respeito pela dignidade do próximo.

Quando a confiança é testada com falsidade nenhum relacionamento sairá ileso.

Na verdade, há uma angustia existencial pandémica que atravessa a maior parte das pessoas. 

Só à luz desta realidade se consegue entender uma impossibilidade.

 Aproveitando a quadra natalícia para momentos de reflexão. Questionemos-nos.

 Os nossos sentimentos estão ao serviço de quem? As nossas acções estão ao serviço de quem?

Procuramos ter sentimentos e acções  fundados na fraternidade ao próximo? Ou pelo contrário num qualquer interesse particular, de prepotência, de falsidade, da esperteza dos homens,  de falta de respeito para com o próximo?

Vivemos apenas do mundo dos homens ou vivemos do Espírito?

Vivemos apenas na rama? Ou procuramos penetrar na seiva até à raíz?

" Irmãos fostes chamados para serdes livres. Que essa liberdade, porém, não se torne desculpa para viverdes satisfazendo os instintos egoístas."

" O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si."

Citando o Filósofo Pascal: " Choro poucas coisas. Mas uma das coisas pelas quais sempre chorarei é que os homens não tenham um quarto de hora por dia para pensar."

Acrescentaria à citação de Pascal. Uma das coisas pelas quais sempre chorarei é que os homens não tenham um quarto de hora por dia para pensar e amar o próximo. Para isso é preciso usar o coração e orientá-lo para finalidades maiores que o nosso mundo cheio de imperfeições, tornando o mundo dos Homens melhor.

É pois, o coração , que nos dá a chave de acesso, ao bem maior. 

Como as coisas seriam bem diferentes se cada um de nós pudesse permanecer, por breves instantes, na morada do seu coração.

Viver do espírito, obedece a um crescimento espiritual, que o conhecimento,  a Ciência, os diplomas, por si só, não nos dão a chave de acesso, à fraternidade, a Deus. Vivemos apenas na rama de nós mesmos e não no Amor, nem na fraternidade aos outros. Quanto longe estamos da sabedoria.

Sem sabedoria não poderemos nunca fazer a diferença e construir um mundo melhor à nossa volta.

Apenas obedecemos às Leis dos Homens(seres imperfeitos) e não a uma Lei maior que nos transcende e ultrapassa para a construção de um mundo melhor.

Dai-me forças senhor para suportar a impossibilidade dos outros.

Escutar!

 

Vivemos na espuma da  onda. No rebentar de marés de interesses, ao sabor de correntes de informação, desprovidas de conteúdo, de alma e sabedoria. Procuramos e esforçamos por ouvir , mas não escutamos.

Temos a pandemia como pano de fundo. E nada está garantido, neste mundo de sombras fechado, onde reina a incerteza, de um futuro belo e promissor. Alienados, procuramos contrariar esta incerteza, com o socialmente correto, respeitando as normas da direcção geral de saúde. Olhamos para o outro, mas não o vemos. Vivemos de certezas tolas, manter a bolha social. Alguém sabe bem o que isto é? O que é o social numa bolha? Uma bolha quantas bolhas gera? 

Deixo um pensamento do Para Francisco .

" Sentar-se a escutar o outro, característico de um encontro humano, é um paradigma de atitude recetiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro, presta-lhe atenção, dá-lhe lugar no próprio círculo. Mas « o mundo de hoje, na sua maioria, é um mundo surdo... às vezes a velocidade do mundo moderno, o frenesim impede-nos de escutar bem o que o outro diz. Quando está a meio do seu diálogo, já o interrompemos e queremos replicar quando ele ainda não acabou de dizer. Não devemos perder a capacidade de escuta.» São Francisco de Assis « escutou a voz de Deus, escutou a voz dos pobres, escutou a voz do enfermo, escutou a voz da natureza. E transformou tudo isso num estilo de vida. Desejo que a semente de São Francisco cresça em tantos corações."

                                                                                        Para Francisco

                                                                                          Fratelli Tutti

Quem não escuta o outro não consegue escutar DEUS.

Silencio de um convite!!!!!!!!!

 A arte de convidar está em linha directa com a arte de aceitar. Mas nem sempre se verifica esta realidade. 

Quantas vezes convidamos com as melhores das intenções, com toda amabilidade que conhecemos, desejando que a outra pessoa aceite o nosso convite.  Mas em troca, existe uma recusa, disfarçada sempre de falta de tempo, de compromissos inadiáveis. Fazendo-nos sentir que não somos dignos de tal companhia, desinteresse, entre outras coisas......não mostrando receptividade ao nosso convite.

Neste contexto, e se temos amor a nós próprios. Desistimos de convidar, pensando que a outra pessoa, não está interessada na nossa companhia e que até estamos a ser inconvenientes.

Ficamos a aguardar, que a pessoa nos retribua com um convite, se estiver interessada, na nossa companhia.

Afinal, "o direito de ser amigo" implica o "dever de ser amigo".

Assim se cumprimentam os amigos aguardando por um momento feliz. 

Quem sabe um convite!

Não perca tempo, envie um msn ao seu amigo, retribua com amabilidade  e mostre  que a amizade é importante, acontecendo durante um chá.

Ao chá do desconfinamento!!!!!

Aos cristalizados que o confinamento gerou, esses homens e essas mulheres, os cristalizados do confinamento, em jeito do Sr. Simonnot d`As Palavras.

Aos elitistas que o confinamento criou , com a sua etiqueta  do distanciamento social, apenas acessíveis para algumas situações.

Convido você para um chá de tarde, no dia radioso, local aprazível, em hora adequada, com companhia agradável. Vá lá saia do quarto.

Conto com a sua presença........Exerça a sua amabilidade......

Assim se cumprimentam os amigos, desejando que estejam bem e aguardando por um momento feliz, que a pandemia não pode roubar.....

Dona la pace!!!!...

Na amizade existe reciprocidade.
Assim se cumprimentam os amigos aguardando por um momento feliz.

Ut fidelium amicorum Dei

"O AMIGO APRENDIZ"

Quero ser teu amigo.

Nem demais e nem de menos.

Nem tão longe nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te, sem medida,

e ficar na tua vida

da maneira mais discreta

que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade.

Sem jamais te sufocar.

Sem falar quando for hora de

calar,e sem calar, quando

for hora de falar.

Nem ausente nem presente por

demais,simplesmente,

calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amigo.

Mas, confesso,

é tão difícil aprender!

E por isso

eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto

de lembranças!

Dá-me tempo

de acertar nossas distancias!

Fernando Pessoa

Neste tempo, pós- confinamento, em que a verdadeira amizade  é posta à prova.

Neste tempo, assombrado por um vírus, invisível, mas astuto, certeiro para os mais incautos. 

Neste tempo, em que os Jacobinos de Robespierre, decidem sob tema COVID 19. Ora, ameaçam as populações, ora desconfinam a seu bel prazer, naquilo que lhe é mais caro. 

Neste tempo, em que a comunicação social manipula as populações com dados, entrevistas a pseu intelectuais, em jeito de  conversa de café,  lançando medo às populações.
 Por ventura, já convidaram um Filósofo ?

Neste tempo, em que a Ciência parece reinar de braço dado com a tecnologia digital, como sendo resposta a tudo.

Por ventura, já convidaram um Filósofo?

Neste tempo, em que se incutiu o medo às populações, de reunir, de estar, de conviver e de abraçar.

Neste tempo, em que a sociedade aceita perder liberdades, por medo.

Por ventura já convidaram um Filósofo ? 

Que não seja também um Jacobino de Robespierre!

Neste tempo, em que a liberdade individual dos cidadãos, nunca foi tão posta em causa. 

Neste tempo, em que amizade, a relação com o próximo, pretendem matá-la .

Por ventura já convidaram um Filósofo? 

Neste tempo, de narrativas perversas, em que discurso vigente, pretende incutir às populações, a ideia traiçoeira e perigosa, de um "antes" , um "depois" e "nada mais vai ser igual". Sabe-se lá mais o quê? Sendo colocada a semente do mal, no terreno aberto do pensamento, para a introdução de mudanças, imposições, alterações, aos cidadãos,pelos estados.

Por ventura, já convidaram um Filósofo?
Pretende-se que os homens sejam autómatos, máquinas, sem sentimentos e que se anule o conceito de pessoa. 

Só nos resta reinventar a amizade e a noção de proximidade.

Por ventura, já convidaram um Filósofo?

Aqui vos deixo um poema de Fernando Pessoa, " O Amigo Aprendiz", como símbolo de esperança e confiança.

Aos amigos de fé! Aguardando por um momento feliz!

Aos amigos de fé............

Neste tempo de pós confinamento e distanciamento social.
Tempo triste e sem interesse.
 Homenagem ao tempo de esperança!
Aos amigos que se reconhecem nesta canção. O glamour dos clássicos franceses.
Época que se vivia à séria.
" A loucura de Deus é mais sábia do que a ciência dos homens."
Cumprimentos!

Aos amigos!

Aos amigos  que reconhecem uma boa música. Cumprimentos.