terça-feira, 30 de março de 2010

IF


Alguns dias atrás, uma pessoa minha amiga, a qual prezo muito, deu-me a conhecer um poema de Rudyard Kipling. Confesso, que o li atentamente, embora todo o poema nos remeta para o, "Condicional". Considero, que segundo, Rudyard Kipling, a condição humana, ser "Homem", é uma odisseia extremamente dificil e quase impossível ou pelo contrário, algo extramente simples, como um processo natural, mas o homem é que a complica. Será?
Bem haja amiga, professora e mestre, por me ter dado a conhecer este poema!
Joseph Rudyard Kipling, nasceu em Bobaim(1865) e faleceu em Londres(1936), foi um dos escritores populares da Inglaterra, em prosa e poemas, recebeu o Nobel da Literatura em 1907, tornando-se o primeiro autor da Língua Inglesa a receber esse prémio. Seu poema "IF"(Se) é símbolo dos Cadetes da Academia da Força Área.
Aqui deixo, o seu poema " If", traduzido para português, " Se" .

Se
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretencioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
se sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esse dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que destes a vida estraçalhadas,
e refazê-las como o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forças coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo o valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

Rudyard Kipling
( Tradução de Guilherme de Almeida)

4 comentários:

  1. Olá, Maré Alta.
    Poesia não é o meu forte, decididamente. Mas não sei pq agora toda a gente descobriu a poesia inglesa!! Temos poesia linda, portuguesinha da silva, dos sete costados. Mas fiquei muito contente por me teres dedicado o teu "If".
    Bj

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  2. Olá, Ana!
    Também não sei, o que deu agora ao pessoal, para se dedicar a autores ingleses. A mania de ser diferente. Talvez?
    No entanto, considero um poema lindissimo e com muita força. E penso que é de muita força interior que tu agora precisas.
    Bom aniversário!

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  3. Estou com a Ana. Amo a poesia lusófona e temos coisas maravilhosas. Mas este poema é um clássico, claro.
    Bjs

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  4. Olá Teresa.
    Eu também penso que a poesia lusófona tem coisas lindas.
    No entanto, um clássico é sempre um clássico.
    De facto, este poema encerra muitas das questões existênciais que atormenta o Homem ao longo da história da sua existência.
    Bem haja a quem mo deu a conhecer.
    Bj

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